No final daquele mesmo dia Alam estava de
volta a seu lar, triste porque perdera sua espada que o acompanhara em tantas e
tantas batalhas, triste porque provavelmente teria que se tornar inimigo de seu
mentor; em seu interior pensamentos distantes ainda repetiam a mesma sequência
de uma só palavra, “vingue-se”, diziam eles. Triste ainda porque era a primeira
vez em mais de dez anos que teria de dirigir a si mesmo, mas feliz porque tal
qual fênix ele ressurgiria das próprias cinzas mais forte e renovado, não sabia
como, mas tinha certeza que seria dessa forma.
Em sua casa Alam em primeiro lugar quis
verificar se tudo estava de acordo com o que ele tinha deixado dias atrás; após
trocar de roupa retirando aquelas dadas por seu mais novo conhecido ele
recolocou seus costumeiros trajes, sempre se vestia muito bem e naquele dia não
seria diferente. Seu terno negro com a gravata vermelha e abotoaduras de ouro
branco contendo suas iniciais; “A.S.P”. Durante os anos servindo aos propósitos
de Draek, Alam acumulou além de renome entre os magos de várias partes, também
uma considerável soma em dinheiro, uma verdadeira fortuna que abria portas em
todos os círculos sociais que resolvesse frequentar. Já havia várias vezes
almoçado e debatido sobre temas políticos com o presidente do partido
conservador local e também com membros importantes de governos estrangeiros,
incluindo entre eles autoridades governamentais brasileiras; claro que estas
pessoas não sabiam estar lidando com um membro de uma casa de magia cujo
principal objetivo era ganhar espaço político na cidade. Alam aprendera algo
que sempre fez questão de colocar em prática, e era estender sua influência ao
máximo de pessoas e lugares que pudesse.
Já trocado e pronto olhou para a bíblia
que trouxera do subúrbio onde ficava a casa de Ramos, abriu e leu outro verso
ainda lembrando do primeiro que leu logo pela manhã. Alam não sabia, mas tudo o
que ele acreditava estava ruindo como uma grande torre em meio a um terremoto e
quanto mais ele lia aquele livro mais dúvidas se erguiam em seu espírito, como
enfrentaria os próximos desafios se não estivesse em unidade consigo mesmo.
Palavras tais como “e conhecereis a
Verdade e a Verdade vos libertará”, e, “Eu serei contigo”.
Estavam causando um grande “estrago” em
seu interior, mas sua vida foi propriedade da ordem por tanto tempo que os
conceitos aprendidos em todos aqueles anos se digladiavam de forma titânica em
sua mente.
Na garagem, chegou até seu carro e mesmo
sem saber o motivo o jovem mago levou a bíblia para dentro dele, dando a
partida saiu em velocidade; a Ferrari vermelha conversível rugiu como um trovão
e respondeu ao chamado imprimindo velocidade que deixava os outros automóveis
como meros brinquedos. Seriam cerca de vinte minutos de sua casa até o
labaredárium, o vento passava velozmente por sua face e o jovem intentava ligar
para Cortez, queria vê-lo antes de se apresentar vivo diante de Donovam. De
repente algo aconteceu, algo que os transeuntes gostaram de ver. Como se não
bastasse à máquina italiana devorando o asfalto, outra ainda superior em
velocidade surgiu “rasgando a realidade” na sua frente, quase se chocaram, mas
um movimento rápido ao volante por parte de Alam evitou o acidente que com
certeza seria terrível.
Ele conhecia aquele carro e era o último
carro que gostaria de ver, o Bugatti Veyron vermelho cujo dono era seu mestre,
o veículo que é uma lenda entre os carros parecia algum tipo de besta da
mitologia desfilando força e velocidade tal que nem mesmo a poderosa Ferrari
poderia acompanhar. Por um pequeno espaço de tempo os carros duelaram como se
fossem uma continuação do combate travado dias atrás na sala vermelha até que
ambas alcançaram o centro financeiro da cidade e entraram num edifício garagem
subindo um ao lado do outro até quase a cobertura. Era claramente um desafio,
porém, muito precoce e deveria ser evitado a todo custo.
Os veículos pararam frente a frente e
foram desligados quase que simultaneamente, a porta da Ferrari se abriu, mas
seu ocupante permaneceu sentado lá dentro.
“Ele não vai quere batalhar comigo aqui
nesse lugar”_ Pensava o
mago._ sobretudo conjurando a natureza.
A verdade era que ainda não estava
pronto para um confronto tão exaustivo quanto o último; a porta do lado do
carona se abriu no Buggatti, e outra pessoa apareceu; não era o seu mentor e
sim Phyros conhecido dentro da ordem como o carrasco; seria muito pior, as
coisas estavam realmente ruins agora. Em seguida saiu pelo lado do motorista o
homem que almejava o poder absoluto, Donovam.
Alam se levantou e deixou seu carro
também, colocou-se onde seus “companheiros” podiam vê-lo melhor, à frente da
Ferrari. O ar pareceu congelar tamanha foi a tensão gerada por aquelas pessoas
e finalmente o clima foi rompido com uma pergunta do mentor para o aluno.
_ Você ainda está comigo arauto?_ Donovam
moveu-se para frente do Buggatti calmamente apoiando-se numa bengala e esperou
a resposta.
O jovem estava inseguro e todas as
palavras pronunciadas sobre aquela maldita guerra interna desde Cortez até
Adalberto Ramos explodiram de uma só vez na mente dele.
_ Don!_ iniciou_ Espere mais um tempo,
dê-me mais alguns dias para saber como podemos fazer a unificação das casas de
forma mais pacífica.
A ponta da bengala bateu contra o chão e o
som de metal ressoou pelo estacionamento ao passo que Draek insistiu.
_ Eu perguntei se você ainda está comigo
aprendiz?
“Como posso estar com você se você quebrou
minhas asas” Pensou
Alam mais não disse; referindo-se primeiro ao embate travado por ambos na torre
vermelha e segundo porque se o carrasco estava ali então Donovam já tinha
convencido os mestres de que ele era uma ameaça, pelo menos àqueles em quem
possuía influência.
_ Não posso apoiar essa loucura!_ falou
aumentando pouco mais o tom de voz_ Já foi tentado antes e os resultados foram
dissoluções e confrontos internos que tocaram os portões dos mais altos
círculos, incomodando até mesmo os mestres antigos de outrora.
Agora foi a gargalhada que inundou o
local, e Alam prestou atenção no outro mago parado junto ao carro atrás de seu
mestre, ele permanecia parado de cabeça baixa, imóvel como uma gárgula. Suas
roupas eram negras como a noite e o casaco colado ao tórax revelava uma
musculatura forjada em incontáveis batalhas, segundo os boatos dos próprios
membros. Contava-se que Phyros descendia de um clã nômade antigo que salvo
algumas exceções já havia sido exterminado, falavam os mais medrosos que os
antepassados dele pertenceram aos povos do mar, indo-Europeus que tentaram
invadir o Egito muitos séculos antes da era romana em cujo meio estavam
guerreiros chamado de gigantes; verdade ou não, o fato era que Phyros possuía
dois metros e dez centímetros de altura e um físico dos mais avantajados e
trabalhados dentre os soldados da ordem, freqüentemente era enviado para
combater resistências contra o conselho dos mais antigos ou para atuar como
guardacostas de membros de classes elevadas, a propósito, o próprio Vesúvio
teria encontrado ele em terras nômades do oriente e o tutelou; afinal, Donovam
já tinha sido apresentado como mago. Um mestre um aluno, dizia a lei.
_ Não há tempo para ponderações jovem
Alam_ disse Donovam aumentando também o seu tom de voz para responder a
provocação_ O tempo agora é nosso inimigo, aqueles velhos que se assentam em
tronos tentando disfarçar sua senilidade não têm mais autoridade para governar
uma ordem tão antiga e poderosa quanto esta, nós somos o futuro e aqueles que
não estão de acordo podem cair defendendo suas idéias ou nos servir de escravos
quando terminamos a unificação das casas do fogo sobre a bandeira de Donovam
Draek._ fez uma pausa encarando o outro e em seguida recomeçou._ Cortez é um
tolo que contaminou você com suas idéias de manter tudo como está, mas você já
viu que nossos inimigos ao redor do mundo já começaram suas unificações, magos
de toda a terra estão unindo-se sob as mesmas bandeiras, buscando
fortalecimento.
“Somente as casas menores estão tentando
unificar para ganhar representatividade e visibilidade no cenário mundial,
grandes escolas nunca conseguiram tornar-se uma só, as diferenças culturais são
muitas de povo para povo. Donovam enlouqueceu, a sede de poder cegou-lhe”. Disse Cortez em certa ocasião.
_ Não vai acontecer Draek_ disse cerrando
os punhos_ e já que não consigo convencê-lo então lutarei sob minha própria
bandeira. Ottawa tornou-se a única cidade das Américas onde os magos
concordaram em viver sob o mesmo código e obedecendo os dogmas antigos, mas
você sabe muito bem que eu tive muito a ver com isso, talvez até mais do que
você, e, você precisa de mim e eu não farei tal coisa em outras cidades do
mundo, pois muito sangue se derramou dentro e fora dos muros da ordem para que
essa “paz” finalmente acontecesse.
Donovam segurou a bengala que o apoiava
com ambas as mãos e sacou uma lâmina como um sabre que era ocultado na bengala,
o som do metal cortando o ar foi ouvido por todos os três.
_ Você não me serve como antes, é uma pena,
vou ter que tirar algo que depositei em sua vida a custa de muito tempo e
astúcia; é para isso que o carrasco está aqui. _ Donovam finalmente olhou para
trás e Phyros respondeu erguendo a cabeça, era quase como uma máquina.
“Vingue-se, vingue-se, VINGUE-SE!!!” dizia
a mente do jovem mago.
Os olhares de Alam e Phyros se encontraram
e naquele momento começou a batalha, nenhum deles falaria nada nos próximos
minutos, pois o combate seria mental, um tentaria estudar o outro, chegar o
mais fundo que pudesse dentro de seu oponente e visualizar qual seria o melhor
método de dobrá-lo. O ar pareceu carregar-se de energia, certamente algum deles
começaria o confronto físico, as chamas interiores de ambos estavam acesas.
Donovam observava tudo atentamente, porque
gostaria muito de ver como seu pupilo se sairia contra um mago que dominava
outras artes que não só o caminho do fogo como era o caso do carrasco.
O duelo mental findara e um partiu em
direção ao outro iriam digladiar-se corpo a corpo, Alam não vislumbrou quase
nada pelas veredas da mente de seu oponente, e não sabia como vencer; cria
apenas em suas habilidades como lutador marcial afinal um homem daquele tamanho
todo não deveria ser tão ágil e eis que essa seria sua vantagem no confronto,
usaria sua velocidade para vencer o “gigante”.
Mas que surpresa terrível foi quando nas
primeiras passadas tudo rodou e a face do jovem mago chocou-se contra o chão
frio do estacionamento, seu tórax doendo e o gigante parado próximo a ele
reclamava contra Donovam.
_ Então este é o aluno do qual todos me
falavam desde que cheguei na cidade? Aquele que seria o próximo grande mestre
na linha de sucessão da casa do dragão, aquele que tomaria seu lugar quando
você subisse ao trono de Vesúvio e finalmente ao trono absoluto da ordem, o
arauto; para mim parece um menino, nada mais, ele possui a mente tão aberta
quanto um livro sem capa. Acaso sou eu algum cão para me mandarem lutar contra
um menino_ O gigante vociferava sem parar.
Donovam riu enquanto sentava-se dentro da
Ferrari.
_ Paciência; fui eu quem o disciplinou,
aperte-o, não tenha misericórdia.
O carrasco ergueu do chão com uma única
mão seu inimigo e arremessou contra uma coluna como se seus sessenta e cinco
quilos não fossem mais do que dois ou três.
_ A propósito_ Falou Draek quando achou a
bíblia no banco dentro da Ferrari_ Phyros descende de uma casa de nephalins,
achei que gostaria de saber nas mãos de quem você entregaria sua dignidade; ele
vai humilhar você e depois pôr um fim na sua vida.
Alam se colocou de pé ereto como uma
estátua e seus pensamentos tornaram-se uma única linha dentro de sua mente, ele
sentiu o corpo formigar e murmurou baixo algumas palavras que não convém falar
nem mesmo nesse relato, porque eram segredos que o próprio mago jurou esquecer;
palavras pesadas e amaldiçoadas, vedadas aos homens de bem que devem se manter
longe delas. As primeiras faíscas espocaram aqui e ali seguidas de um ruído
estranho parecido com o de metal retorcendo, era a resistência natural da
realidade à magia elemental invocada de forma artificial. O fogo surgiu
finalmente nas mãos do jovem mago, chamas bruxuleantes que ganharam intensidade
quando este assim ordenou com o pensamento.
Phyros se alegrou, porque nunca havia
conseguido trazer as chamas à existência dessa forma, porém podia domá-las como
poucos sobre a face da terra, podia ser comparado tranqüilamente a nomes
ilustres no cenário mundial como o Serafim; homem que supostamente residia na
cidade do Rio de Janeiro e que segundo consta pertencia a sua própria vertente
da ordem não compactuava com as decisões do conselho e nunca respondera a
nenhuma convocação feita a ele, segundo os contos do próprio Donovam três
mestres tombaram diante desse pseudo-mago Brasileiro tal era seu espírito
indomável; contava-se também que a origem da magia dele não era como a dos
demais e sim angelical, por isso o chamavam de Serafim. Foi por esse motivo
também que Donovam foi ao Brasil dez anos atrás para buscar alguém que pudesse
tutelar e encontrou Alam.
Outro nome a quem Phyros podia ser
comparado era o Etna, notório membro do conselho cujo estudo do manuseio do
elemento fogo superava aos outros em muito. Mas tudo não passava de
especulação, nunca houve uma real comparação entre estas pessoas.
Avançando pela segunda vez contra o
carrasco, Alam com os punhos em chamas atacou o mais rápido que seu corpo
dolorido permitiu usando toda a técnica marcial de que se lembrava, mas seu
oponente parecia algum tipo de Golem feito de uma substância rígida como aço, o
carrasco evitava todos os ataques dos punhos flamejantes usando seus cotovelos
e joelhos, obviamente havia sido muito bem tutelado também nas milenares artes
da defesa marcial. Muai Tai, talvez.
A certa altura do embate Phyros também
murmurou algo, e com um movimento de braços teceu algum tipo de desenho no ar.
O que se falava sobre ele era verdade, o carrasco não era um mago e sim um
feiticeiro; o fogo nas mãos de seu adversário mudou de cor e saltou para o chão
como se todo o solo do estacionamento estivesse molhado por algum líquido
combustível; espalhou-se, mas não eram apenas chamas comuns, elas estavam
pálidas e ainda assim o calor surgiu como se estivessem dentro de uma fornalha.
_Algo ocorreu com você_ gritou Donovam em
meio ao rugido do fogo_ Suas habilidades já não o respeitam mais. Fico muito
surpreso que depois de tantos anos, agora você tenha se voltado para isso_
ergueu a bíblia e deixou a mostra_ Depois de ter visto a verdade, mostrei-lhe
desde o primeiro dia que essas pessoas, são sem força, crêem no que querem, não
há força por trás deles, apenas uma filosofia sem nenhum nexo. Como você me
decepcionou, eu tinha planos para nossa ascensão.
O fogo queimava-lhe as mãos sem que o
pudesse reduzir, obviamente já estava sob a influência de Phyros que agora
parado junto a uma coluna apenas olhava fixamente em seus olhos. Alam jazia
dentro de um círculo e lentamente perdia os sentidos, sentia um tremendo mal
estar, o calor o importunava como nunca antes e tudo que se lembraria ao
acordar seria do grito agonizante que se desprendeu de sua garganta, e das
chamas ao seu redor antes de desmaiar.
Antes de deixar o local Donovam como
que brincando ainda encontrou tempo para ler um trecho que por “acaso” chamou
sua atenção:
“Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de
Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel e dos profetas, Os quais pela fé
venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas
dos leões, ‘Apagaram a força do fogo’,_ balançou a cabeça negativamente_
escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se
esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos.”_ disse
rindo escancaradamente, e concluiu_ Talvez você deva se juntar aos que
acreditam nessas sandices, mas se mudar de idéia quanto a estar do meu lado
sabe onde me encontrar; vou ficar no palácio do dragão.
***
Eu estava conversando com alguns
amigos e membros mais chegados após a reunião da tarde, dando aconselhamentos acerca de
como podíamos viver uma vida plena; pura e simplesmente observando as dicas que
estão listadas nas Escrituras Sagradas, quando ele entrou na igreja. Em
princípio fiquei feliz porque minhas palavras dias atrás não haviam sido em
vão, mas logo percebi que ainda precisava de ajuda, pedi licença dos que
estavam comigo e fui interceptá-lo antes que chegasse à metade do salão, a cada
passo que eu dava em sua direção notava o quão angustiado estava o semblante
daquele pobre jovem, era como se ele estivesse carregando toneladas sobre os
ombros e logo que nos encontramos, ele cambaleante deixou que faltasse força
nas pernas e caiu sentado, tentei segurá-lo, mas o máximo que fiz foi
abaixar-me com ele. Em prantos e abalado por completo Alam me contou o que
tinha acontecido no estacionamento dois dias atrás, e que desde então uma
seqüência de acontecimentos ruins sucederam-se para atormentá-lo.
_Não quero mais nada disso!_ exclamou _ só
quero estar em paz, comigo e com o mundo.
As lágrimas rolavam como uma torrente e os
soluços as acompanhavam. Ele prosseguiu:
_ Tudo que me restou foi esse livro_ falou
mostrando a Bíblia que trazia na mão_ você pode me ajudar? Estou confuso,
sinto-me como um morto-vivo.
Sim, a felicidade retornou ao meu coração
quando ouvi tais palavras, porque desde que o retirei das águas do Rio eu sabia
que ele não pertencia mais ao mundo em que vivia.
_ Alegre-se meu jovem_ eu disse sorrindo_
Não posso lhe ajudar de mim mesmo, mas vou te apresentar quem pode.
A conversa que se seguiu foi a mais
proveitosa que tive com alguém sobre as Escrituras Sagradas na vida, algumas
coisas ele deveria saber e essa era a hora mais oportuna então não fiz nenhuma
cerimônia:
_ Não me importa o que você fez na vida
antes de nos conhecermos, e ao meu Deus também não importa; o que realmente
importa é que você foi perdoado, pode levar uma vida nova com sua consciência
tranqüila, livre de qualquer tormento_ Iniciei.
Ele balançou a cabeça negativamente já
tentando se recompor e respondeu.
_Estou farto de religiões, seitas, ordens
ou qualquer coisa desse tipo. Nem sei se estou certo em vir procurá-lo.
A verdade é que anos depois dessa conversa
Alam me contou que tinha ido me procurar porque não queria ser visto por mais
ninguém, principalmente pelas pessoas da alta sociedade com quem se relacionava
constantemente e também porque quando saiu daquele edifício garagem e voltou
para casa passou dois dias sem sair, somente pensando nas coisas que ocorreram
e uma vontade recorrente permanecia em seus pensamentos. A vontade de me ouvir
falar da bíblia.
Para ilustrar o que ele me disse vou usar
suas próprias palavras: “foram os piores dias que vivi, mas lembrei do que você
me falou; Quando
a tempestade passar, olhe para o céu e verá que Ele já olha para você há muito
tempo.” Esse era o seu momento de decisão.
Eu por outro lado havia feito uma promessa
e estava pronto para cumpri-la.
_ Diga-me segundo o seu conhecimento. _
começou Alam._ Como faço para mudar de vida? Para retirar de sobre mim esse
peso que sinto em meu coração?
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