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“Não declines nem para a direita nem para a esquerda...” Provérbios 4.27


 

“Não declines nem para a direita nem para a esquerda, retira o teu pé do mal.” Provérbios 4.27

 

A melhor, mais leve e mais simples vida que podemos viver é aquela que não se inclina para os extremos, mas permanece sendo edificada com a moderação e o equilíbrio em todas as coisas, ocasiões, palavras e ações.

Na sociedade atual o espírito do mundo está constantemente incentivando as pessoas a viver de maneiras extremas; com pensamentos extremos, sentimentos e emoções extremas, hábitos extremos, palavras extremas, rotinas extremas, vaidades extremas, prazeres extremos, ambições extremas, sonhos extremos e muito mais. Porém, o que não é revelado é que viver de forma extrema em qualquer sentido, tanto para a "direita" quanto para a "esquerda", ou seja, tanto para a pobreza quanto para a riqueza, tanto para a carnalidade quanto para a espiritualidade, tanto para a naturalidade quanto para a religiosidade, e etc... Fará muito mal aos que resolverem seguir por tais caminhos; foi por esse motivo que o texto de Provérbios 4.27 afirmou que quem não declina nem para um lado nem para o outro está retirando o pé do mal, em outras palavras, está vivendo de maneira benigna. Porque evitar os extremos faz muito bem a nossa vida.

Seguir um dos caminhos dos extremos produz caos, porque lança as pessoas em um turbilhão de cansaço, frustrações, esforços desnecessários, sacrifícios, contendas, peso, doenças físicas e mentais, distrações, ilusões, expectativas distorcidas, megalomania, materialismo, consumismo, angústias, vícios e vazio; e, a verdade é que ninguém consegue viver bem com tantos espinhos fustigando sua mente e vida todos os dias. Há uma multidão de vozes no mundo afirmando que essa é a maneira moderna de viver, mas não é; porque, embora não admitam, existe um Caminho muito mais elevado, mais seguro, onde nenhum daqueles espinhos mundanos e distrações malignas podem nos ferir ou abalar, e onde as influências sociais caóticas e imundas não são capazes de nos alcançar; como está escrito em Isaías 3.8, que diz: "E ali haverá um alto Caminho, um Caminho que se chamará O Caminho Santo; o imundo não passará por ele, mas será para o povo de Deus; os caminhantes."

No meio de uma sociedade completamente desnorteada pelos caminhos extremos que perseguem à direita e à esquerda, assim como entre as congregações tocadas e influenciadas pelos extremismos do espírito do mundo, estão os verdadeiros cristãos, incorruptíveis, caminhando em segurança sobre um solo sólido e reto; esquivando-se consciente e intencionalmente dos excessos interiores e exteriores que estão arrastando multidões dentro e fora das congregações para cometerem loucuras e insanidades diversas esperando receber, como fruto destes comportamentos distorcidos, alguma recompensa boa, mas quando esta não vem e eles alcançam apenas os frutos de seus desequilíbrios, espantam-se e deprimem-se não entendendo o que aconteceu.

Ora, os caminhos dos exageros jamais levarão alguém ao equilíbrio em qualquer área da vida, em outras palavras, o caminho das contendas jamais levará alguém à concordância ou à cooperação; os caminhos das ostentações, dos desperdícios e das extravagâncias jamais levarão qualquer um à verdadeira riqueza, à abundância e à prosperidade; o caminho da negligência com o próprio corpo jamais levará uma pessoa à saúde, mas sim às doenças; em resumo: Os caminhos da morte, embora sejam largos, desejáveis e socialmente aceitáveis, jamais levarão alguém para uma vida virtuosa de retidão. Também por este motivo foi escrito que: "Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte." Provérbios 14.12.


As pessoas que vivem assim, constantemente se declinando para os extremos à direita e à esquerda não sabem, por exemplo: Que o excesso de sonhos sociais sempre mata seus verdadeiros sonhos; ir aos extremos em busca da felicidade sempre os afasta da verdadeira felicidade, o excesso de riquezas sempre os priva das verdadeiras riquezas; e assim por diante, pois a vida é paradoxal por natureza.


É claro que ninguém deve viver ou pregar que se viva, nos dias atuais, como Diógenes, o filósofo cínico, que viveu em Atenas e em Corinto, abrindo mão de possuir ou desejar qualquer bem material, passando a perambular pelas ruas como um mendigo, submetendo a si mesmo a severas privações enquanto proclamava tal estilo de vida como virtuoso; mas também não se deve incitar as pessoas a viver ou desejar viver com toda a suntuosidade de Salomão, pois o próprio rei sábio, que eu considero ser o maior filósofo de todos os tempos, declarou que aquele estilo de vida ao qual ele se dedicou por décadas não passou de uma sucessão de vaidades e aflições de espírito sem qualquer proveito; veja ele disse: 


"Fiz para mim obras magníficas; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas. Fiz para mim hortas e jardins e plantei neles árvores de toda espécie de fruto. Fiz para mim tanques de água, para regar com eles os bosques em que reverdeciam as árvores. Adquiri servos e servas e tive servos nascidos em casa; também tive grande possessão de vacas e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de mim, em Jerusalém. Amontoei para mim prata, e ouro, e joias de reis e das províncias; provi-me de cantores, e de cantoras, e de delícias dos filhos dos homens, e de instrumentos de música de toda sorte. Engrandeci-me e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim, em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria. E tudo o quanto desejaram os meus olhos não lhos neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho. E olhei para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito; e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito e que proveito nenhum havia debaixo do sol." 
Eclesiastes 2.4-11

Então o que devemos fazer? Como devemos viver?


Se realmente desejamos uma vida tranquila, alegre, pacífica, e bem aproveitada em sua plenitude nas décadas que nos forem dadas, devemos nos dedicar ao caminho da moderação que leva ao equilíbrio em todas as coisas e nos afasta das ilusões, armadilhas, paixões e toda sorte de abismos que estão tragando multidões na sociedade mundana e nas congregações.


E como fazemos isso? Como nos dedicamos ao caminho do equilíbrio?


Aplicando e cultivando a moderação em absolutamente tudo o que faz parte da nossa vida e de quem somos, moderação nos nossos sonhos, moderação nos nossos desejos, nos nossos objetivos, nas nossas metas, nos nossos propósitos, nos nossos relacionamentos, nos nossos pensamentos, sentimentos e emoções, nas nossas palavras, nas nossas ações, e assim por diante. Precisamos fazer isso consciente e intencionalmente todos os dias, dissipando todas as tendências e inclinações aos extremos, à "direita" ou à "esquerda", que estejam dentro de nós, tanto nas coisas que consideramos pequenas e sem importância quanto naquelas que cremos ser cruciais.

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