“...A tristeza do mundo opera a morte.” 2 Coríntios 7.10B

“...A tristeza do mundo opera a morte.” 2 Coríntios 7.10B

Por que cada vez mais pessoas têm se tornado vítimas de uma epidemia silenciosa e desesperadora chamada depressão, mesmo quando tudo ao redor, na vida que levam, é considerado e buscado, pelos outros, exatamente como símbolos de felicidade, plenitude e realização?

Toda a sociedade humana em diversos países ao redor do planeta está enfrentando e perdendo uma batalha violenta contra um inimigo praticamente invisível, uma espécie de sombra que se abate sobre a vida dos indivíduos e rouba toda a visão do que realmente significa viver de forma plena, ajustada e bem sucedida. Estou falando da depressão que a cada ano se torna mais comum na vida dos mundanos e mesmo de muitas pessoas religiosas que estão dentro das congregações.

O espírito do mundo tem manipulado as pessoas através da sociedade, fazendo uso das mais diversas mídias e fontes, para influenciar e desvirtuar a mente humana distorcendo todos os princípios, conceitos, sonhos e pensamentos de modo que todo o entendimento que possuem de como viver fique resumido apenas a uma busca alucinada por dinheiro, posses, status, poder e uma série de outras coisas que são mostradas como virtudes, mas que, na verdade, por si mesmas não possuem nenhuma capacidade de preencher o vazio existencial que há no espírito humano, pelo contrário, fará com que caiam em uma espécie de poço mental sem fundo; um tipo de abismo.

Milhões de pessoas têm passado pela vida enfrentando verdadeiras epopeias para tentar alcançar e adquirir tudo aquilo que o espírito do mundo diz que é importante, praticamente os obrigando a, repetidamente, continuar na luta para ter mais e mais do mesmo ou galgar degraus sociais que, espiritualmente, e mesmo fisicamente, não os levarão a lugar algum, mas farão com que se afundem cada vez mais no charco de tristeza do mundo que está tragando mais e mais homens, mulheres e até crianças, todos os dias. Porém, isso também é parte do plano maquiavélico do espírito do mundo; fazendo com que, em certa altura de suas vidas, as pessoas tenham breves momentos de reflexão cuidadosamente distorcidas e direcionada para que "percebam" que tudo aquilo o que estão fazendo e tudo pelo que estiveram lutando tão arduamente por anos não os está fazendo o bem que lhes foi prometido, ou seja, mais dinheiro não lhes trouxe mais felicidade, um cargo maior não lhes concedeu mais realização profissional, um carro mais caro não aumentou sua auto percepção de status, mudar para um condomínio de luxo não alterou seu nível interior de plenitude; pelo contrário, todas estas coisas serviram apenas para fazê-los desejar outras coisas semelhantes, e nada mais.

É nessa hora que a semente da tristeza plantada previamente no coração deles começa a germinar, gerando pensamentos, sentimentos, emoções e percepções que vão abatendo a pessoa gradativamente de diversas formas diferentes, de dentro para fora; mas como não sabem o que realmente está ocorrendo, apenas sentem que há algo errado em seu interior, as pessoas tentam se livrar de tudo isso fazendo exatamente as mesmas coisas que as levaram até aquela situação, ou seja, elas fazem novamente tudo aquilo o que foram doutrinadas para fazer; buscam por mais dinheiro, trocam de carro, almejam novos cargos, compram mais objetos para impressionar os outros e assim por diante, mas como o resultado, obviamente, não as liberta nem dissipa aquelas sensações dolorosas de vazio, pelo contrário, as torna mais escravas dos padrões, da visão, dos princípios, dos conceitos e das mentalidades mundanas, elas entram em um estado de silencioso desespero, onde a vida, não importa o quão boa e estável seja, vai se degradando, primeiro internamente, e depois externamente. A tristeza se instala em definitivo no coração deles e os domina a partir de lá, de modo que tudo perde o sentido e pouco a pouco, com muito sofrimento interior, caminham na direção da autodestruição. Por isso também foi escrito que: "...A tristeza do mundo opera a morte." 2 Coríntios 7.10B.

E como se defender dessa epidemia transmitida pelo espírito do mundo?

O cristianismo, através da Bíblia Sagrada, ensina a todos quantos quiserem aprender, que a vida não é exatamente aquilo que o mundo diz que deve ser, ou seja, o cristianismo ensina que:

* Felicidade não tem a ver com o que temos ou deixamos de ter, mas sim com quem somos.

* Riqueza não tem nenhuma ligação com dinheiro, mas sim com uma vida de liberdade.

* Liberdade não significa levar uma vida sem limites, mas sim ter o poder de escolha em todas as ocasiões e situações.

* Sucesso não é o que os outros enxergam a nosso respeito, mas sim o que nós mesmos projetamos e construímos em nossa vida respeitando nossas singularidades, mesmo que a sociedade não reconheça como tal.

* Plenitude não está ligada a preencher nossa vida de bens materiais, mas sim em estarmos espiritualmente e mentalmente completos, algo que, seguindo as direções do mundo não  seremos capazes de alcançar. Na verdade, por mais estranho que pareça, a partir de um determinado patamar, quanto mais bens uma pessoa tiver, mais vazia ela será, além, é claro, de se tornar escrava deles também.

* Realização jamais advém do emprego, cargo ou ocupação que temos ou desempenhamos no dia a dia, mas sim de cumprirmos nosso verdadeiro propósito de vida aqui na terra, e isso pode ou não estar ligado com a ocupação que desempenhamos, infelizmente, para a maioria das pessoas, não está. Realizados são aqueles que conseguem alinhar seu verdadeiro propósito de vida com a carreira que escolhem ou com a ocupação que desempenham no dia a dia.

Note que traçamos acima um panorama de dois tipos de vida, um é enganoso e sedutor, desenhado cuidadosamente pelo mundo para gerar quantidades massivas de tristeza interior e levar as pessoas literalmente a morte, e a outra é a vida libertadora, completa, ensinada pela Escritura Sagrada e conquistada para nós por Cristo, para que possamos viver realmente imunes a essa epidemia social de tristeza profunda que desencadeia depressão e destruição mental (emocional), física (material) e espiritual. Portanto, a única maneira realmente eficaz de se proteger e se imunizar da tristeza do mundo é edificando nossa vida e cultivando-a de acordo com os princípios, conceitos, pensamentos e visão verdadeiramente cristã, que geram transformação e liberdade; e aqui vale um alerta, pois há no mundo falsos cristianismos dos quais alguns já foram mencionados nos textos que escrevi anteriormente; estes obviamente não são capazes de transferir a verdadeira compreensão capaz de produzir a alegria profunda que nos fortalece e mantém a salvo das tristezas mundanas; pelo contrário, falsos cristianismos são como "máquinas espirituais" de produção massiva de peso, contendas, vaidades, ambições, distorções, confusões, ilusões e tristezas.

O verdadeiro cristianismo nos inspira a controlarmos nossos desejos e sonhos, submetendo-os ao crivo de nosso Mestre, Jesus; como foi escrito: "...Levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo." 2 Coríntios 10.5B, assim como também nos inspira a nos afastar de vaidades, ganâncias, vanglórias, ambições sem sentido, contendas e toda sorte de comportamentos e pensamentos mundanos que nada mais são do que geradores de tristeza e devoradores de vida. O verdadeiro cristianismo nos ensina a diferenciar, na vida, o que é essencial do que é não-essencial e do que é supérfluo; e nos inspira a perseguir o que é essencial, adquirir o que não é essencial com a moderação da sabedoria e evitar o acúmulo do que é supérfluo.

Essa clareza e lucidez que o cristianismo nos dá, assim como a inspiração que gera em nosso interior, nos ajuda a estruturar uma vida completamente livre das pressões e paixões mundanas que oprimem, esmagam, soterram e afogam multidões em tristezas variadas. Dessa forma, sem sermos influenciados pelo mundo, conseguimos encontrar a alegria verdadeira que nos fortalece, preenche e nos ajuda a viver uma vida repleta de significado real; ou seja, uma vida com abundância de vida.